VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 27-39

Estabilidade e persistência de formulações de baculovirusanticarsia desenvolvidas pelo instituto biológico*

Batista Filho, A.Alves, S.B.Augusto, N.T.Alves, L.F.A.

RESUMO Oobjetivo deste trabalho foi avaliar a estabilidade e a persistência de dois tipos de formulações deBaculovirus anticarsia desenvolvidas pelo Instituto Biológico do Estado de São Paulo e que foram armazenadas em condições ambientais e submetidas à radiação ultravioleta em testes de laboratório e campo. A formulação pó molhável (PM) foi preparada mediante a impregnação direta das suspensões de vírus e adjuvantes sobre uma mistura de inertes de origem mineral, em que predominava o caulim. A formulação óleo emulsionável (OE) foi obtida a partir da incorporação do patógeno suspenso em água com óleo de milho e adjuvantes. No teste de estabilidade, as formulações, o tratamento padrão (vírus semi-purificado) e a testemunha (água) foram mantidos em condições ambientais (prateleira), abrigados da luz, e a cada 120 dias amostras eram inoculadas em dieta artificial e fornecidas às lagartas deAnticarsia gemmatalis no início do 4º ínstar. As observações foram feitas durante 20 meses. Para o estudo do efeito protetor das formulações foram realizados dois testes sendo um representado pela radiação proveniente de lâmpada germicida (espectro ultravioleta) e outro em condições naturais (radiação solar). No caso da persistência (radiação solar), as formulações, o produto padrão (vírus impuro resultante da maceração de lagartas infectadas) e a testemunha (água) foram pulverizados, no campo, em parcelas de soja do cultivar IAC-8. Amostras de folíolos coletados no terço superior das plantas no dia da aplicação e após 1, 3, 7 e 14 dias foram levadas ao laboratório e fornecidas a lagartas de A. gemmatalis para avaliar a perda de atividade do patógeno em função do tratamento. Após 20 meses de armazenamento, a formulação OE perdeu apenas 18,33% de sua atividade original, enquanto a formulação PM já aos 12 meses teve sua eficiência reduzida para apenas 11,67%. Não foram constatadas diferenças entre as formulações com relação ao efeito protetor contra a radiação ultravioleta emanada de lâmpada germicida, pois ambas conferiram proteção ao vírus, se comparado com o patógeno semi-purificado. Em condições de campo, a formulação OE favoreceu a persistência do patógeno, mantendo mais de 60% da atividade após quatorze dias da aplicação. A formulação PM foi consideravelmente removida das folhas pela chuva.

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