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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 59-73

Fauna de flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) em área de terra firme na Amazônia central

Cella, WilsandreiMarialva, Eric FabrícioCosta, Daiana Guedes daSilva, Zilmara Guedes daLeal, Juliete MotaGazim, Zilda CristianiBernhard, RafaelPessoa, Felipe Arley Costa

As leishmanioses são doenças infecto-parasitárias endêmicas e estão entre as antropozoonoses de maior prevalência em todo mundo. São causadas por protozoários do gênero Leishmania, e os responsáveis pela transmissão são dípteros da (família Psychodidae, subfamília Phlebotominae), conhecidos como flebotomíneos. O presente estudo teve como objetivo identificar a fauna de flebotomíneos no ambiente florestal no interior do estado do Amazonas. Os insetos foram capturados com armadilhas luminosas tipo Center for Disease Control (CDC), instaladas em seis pontos amostrais compreendendo três diferentes ecótopos: borda da floresta, interior da floresta e peridomicílio, em uma floresta ombrófila densa de planície de terra firme. As armadilhas foram alojadas nesses ecótopos das 19h às 5h, totalizando um esforço de captura de 60 horas. Foram coletados um total de 637 espécimes pertencentes a 10 gêneros e 25 espécies. Os gêneros mais abundantes foram Trichophoromyia (51,96%), Psychodopygus (20,37%) e Nyssomyia (8.97%). Considerando apenas os flebotomíneos devidamente identificados, as espécies mais abundantes foram Th. ubiquitalis (42,43%), Ps. davisi (11,21%) e Lu. sherlocki (5.98%). Quando analisada a média horária (MH) por ecótopo, o interior da floresta apresentou a maior média com MH=15. O ambiente estudado apresentou uma fauna diversificada de flebotomíneos, incluindo espécies de interesse na saúde única. O fato do ambiente apresentar espécies já incriminadas como vetores de leishmanioses, bem como a circulação de pessoas e a proximidade de moradias, pode, no futuro, indicar a alta transmissão de Leishmania nesta comunidade.(AU)

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