Aspergilose em aves domésticas e selvagens no Nordeste de Brasil: 2000-2022
Souto, E. P. FGarcia, D. SSantos, C. S. A. BBatista, J. SKommers, G. DGaliza, G. J. NMota, R. ADantas, A. F. M
Descrevem-se os achados epidemiológicos, clínicos, patológicos, imuno-histoquímicos e microbiológicos da aspergilose em aves no Nordeste do Brasil. De janeiro de 2000 a dezembro de 2022 o Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal de Campina Grande realizou 357 necropsias em aves, das quais 16 (4,48%) foram diagnosticadas como aspergilose. A doença afetou aves domésticas e selvagens, incluindo codornas, galinhas, papagaios e um pinguim. Os animais afetados eram predominantemente machos, com idades variando de 1 mês a idosos; e criados em sistema intensivo, extensivo ou domiciliado, com exceção do pinguim que era de vida livre. O curso clínico variou de agudo a crônico e os sinais clínicos foram em sua maioria inespecíficos ou relacionados ao sistema respiratório. A necropsia revelou lesões principalmente no trato respiratório, caracterizadas por nódulos caseosos nos sacos aéreos e pulmões, mas também houve envolvimento do fígado, coração e inglúvio. A histopatologia revelou inflamação granulomatosa e heterofílica associada a hifas fúngicas. O diagnóstico foi estabelecido com base nos achados epidemiológicos, clínicos, anatomopatológicos, imuno-histoquímicos e microbiológicos. A aspergilose afeta aves domésticas e selvagens sob a forma de casos individuais e surtos, causando significativas perdas econômicas nas criações avícolas. A doença deve ser incluída no diagnóstico diferencial de distúrbios respiratórios, digestivos e multissistêmicos das aves.
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