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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

EVOLUÇÃO DA FIBROSE BILIAR SECUNDÁRIA EM RATOS TRATADOS MEDIANTE DERIVAÇÃO BÍLIO-DUODENAL OU BÍLIO-JEJUNAL COM ALÇA DE ROUX MEDINDO 5, 10 E 15 CM

Pandolfi Jr., H.Santos, J.S.Zucoloto, S.Ramalho, L.N.Z.Castro e Silva Jr., O.Ceneviva, R.

A modalidade de derivação bílio-digestiva empregada no tratamento da colestase extra-hepática crônica pode influenciar na reparação das lesões hepáticas. Avaliou-se o desempenho das derivações bílio-duodenal e bílio-jejunal em Y de Roux com alça exclusa de diferentes comprimentos na reparação das lesões morfológicas e funcionais do fígado de ratos com fibrose biliar secundária. Foram utilizados ratos Wistar, com 15 dias de obstrução biliar, alocados em 5 grupos de 6 animais. O grupo OB caracterizou as alterações da fibrose biliar. Os animais remanescentes foram tratados mediante derivação com o duodeno (grupo DBD), e com o jejuno, em alça exclusa de 5cm (grupo DBJ5), 10cm (grupo DBJ10) e 15cm (grupo DBJ15), sendo reavaliados 3 meses depois. Outros 6 animais foram submetidos à intervenção simulada e considerados grupo controle (IS). Todos animais foram submetidos à avaliação morfométrica do fígado, análise bioquímica do sangue e microbiológica da bile, estudo da função mitocondrial hepática e verificação do peso úmido do fígado e do baço. Na análise estatística adotou-se o nível de significância de 5%. Houve aumento significativo do peso estimado, em g/Kg de peso corporal, dos ductos biliares, da fibrose e dos hepatócitos nos animais do grupo OB (medianas de 1,30; 10,03 e 37,0) em relação aos animais controles (IS) (medianas de 0,03; zero e 29,37). Após tratamento, ocorreu regressão significativa do peso estimado dos ductos biliares e da fibrose, com valores medianos de 0,22 e 0,22 para o grupo DBD, 0,45 e 3,31 para o grupo DBJ5 e 0,22 e 5,0 para o grupo DBJ15. Houve regressão significativa do peso estimado dos hepatócitos apenas nos grupos derivados com o jejuno, com valores medianos de 31,93; 24,46 e 28,52. Ocorreu aumento significativo do peso úmido do fígado e do baço no grupo OB (medianas em g/Kg de peso corporal de 49,85 e 5,71) em relação ao grupo IS (30,0 e 3,04). Houve regressão significativa do peso do fígado em todos os tratamentos e do peso do baço nos animais tratados com derivação bílio-jejunal, (valores medianos de 35,59 e 2,53 para DBJ5, 37,54 e 2,82 para DBJ10 e 32,73 e 2,93 para DBJ15). Após o tratamento, surgiram infiltrado inflamatório misto, nos espaços portais, refluxo enterobiliar e contaminação bacteriana da bile. Houve aumento significativo no consumo de oxigênio pela mitocôndrias hepáticas nos estados 3 e 4 no grupo OB (medianas de 101,55 e 31,05 nanoátomos de O2/mgprot./min), em relação ao grupo IS (medianas de 57,22 e 15,51). Após o tratamento, normalizou-se o consumo energético apenas nos animais do grupo DBJ15 (medianas de 52,38 e 14,8). O desempenho da derivação bíilio-jejunal indica a importância de avaliar alternativas que possam minimizar o contato do conteúdo entérico com a via biliar.

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