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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

ENSAIOS BIOMECÂNICOS DE FLEXÃO E CISALHAMENTO EM DISJUNÇÕES DO ARCO ZIGOMÁTICO, UTILIZANDO OSTEOSSÍNTESE CLÁSSICA OU ADESIVO BUTIL-2-CIANOACRILATO, EM CÃES

Geraldo Sica, Domingos

A busca de soluções alternativas para o tratamento de ferimentos ósseos da face, motivou o presente trabalho, cujo escopo foi estudar a osteossíntese da disjunção experimental da sutura temporozigomática, pelo clássico método com fio de aço inoxidável ou com o uso de adesivo cirúrgico sintético (butil-2-cianoacrilato), utilizando-se como parâmetros de comparação testes biomecânicos onde são aferidas a força de flexão e da tensão de cisalhamento do arco zigomático. Os resultados foram comparados também com estruturas ósseas similares em condições normais (sem disjunção experimental). Foram utilizados 36 cães, com peso variando de dez a doze quilogramas (kg). Os animais foram distribuídos em três grupos iguais de doze animais: grupos Normal, Fio e Cola. Os cães dos grupos Fio e Cola, após anestesia endovenosa, foram submetidos a diérese incisional na região zigomática e, após dissecção cirúrgica era exposto o arco zigomático. Na seqüência, praticava-se a disjunção de sutura temporozigomática, com instrumentos apropriados. O mesmo procedimento era repetido no lado contralateral de cada animal. As osteossínteses das disjunções dos arcos zigomáticos foram praticadas com fio de aço inoxidável ou com cola (butil-2-cianoacrilato), conforme o grupo a que pertencesse o animal. Os 24 animais foram observados por 40 dias, findos os quais foram reoperados para a remoção das peças ósseas, e a seguir submetidos à eutanásia. O grupo Normal era composto por 12 cães, aparentemente hígidos, que tinham removidos os arcos zigomáticos de ambos os lados, e posteriormente submetidos à eutanásia. As 72 peças ósseas (arco zigomático) passaram a constituir os "corpos de prova", que foram testados em Máquina de Ensaios Universal, quanto à carga de força de flexão ou de tensão de cisalhamento, que são os dois tipos de esforços físicos mais comuns sobre os ossos da face, na vigência de traumatismos. Os dados encontrados foram submetidos a Análise de Variância para grupos independentes, complementada pelo teste de contrastes de Tukey, para comparar o grupo Normal, grupo Fio e Grupo Cola, para todas as variações estudadas. Os resultados dos ensaios biomecânicos de cisalhamento, foram similares entre si; em todas as condições. Os resultados dos ensaios biomecânicos de flexão, mediante a utilização do adesivo cirúrgico foram inferiores que os obtidos mediante o emprego de fio de aço e os encontrados em condições normais.

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