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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Subdivisão do Pré-Cambriano da Amazônia; uma sugestão

Orestes Schneider Santos, João

Resumo Até o presente, o Pré-Cambriano da Amazônia tem sido subdividido em três intervalos maiores: Superior, Médio e Inferior, com limites correspondentes a 2.600 m.a. e 1.800 m.a. Diversos trabalhos executados pela CPRM para o DNPM, juntamente com as informações do Projeto RADAM, permitiram que fosse esboçada nova subdivisão para o Pré-Cambriano, fundamentada no reconhecimento e caracterização de diferentes ciclos tectônicos de amplitude continental e sua correlação com movimentações da crosta em outros continentes. Assim, o Pré-Cambriano, a exemplo do adotado no Canadá, Austrália, Africa do Sul, Rússia, China e outros países de extensas dimensões territoriais, é subdividido em dois intervalos maiores: Arqueozóico e Proterozóico. O primeiro encerra dois ciclos tectônicos principais, um decorrido no Arqueozóico Inferior (+ de 3.000 m.a.), denominado Guriense l± 3.100 m.a.) e outro relatado ao Arqueozóico Superior (2.600-3.000 m.a.), Aroense (2.600 -2.800 m.a.). O Guriense caracteriza-se por rochas de fácies granulítico, cujo melhor representante é o Complexo de Imataca na Venezuela, enquanto o Aroense representa os cinturões anfibolíticos como Anauá (Roraima). Cuiú-Cuiú (Pará) Moura (Amazonas), Kanuku (Guiana). Supamo (Venezuela) e Coeroene (Suriname). O ciclo Transamazônico (2.000 - 2.200 m.a.) é referido ao Proterozóico Inferior (2.600 a 1.900 m.a). correspondendo aos "greenstone belts" e rochas itabiriticas dos grupos Cauarane (Roraima), Tunuí (Amazonas), Grão Pará (Pará), Vila Nova (Amapá), Barama (Guiana). Pastora (Venezuela), Armina (Suriname) e Orapu (Guiana Francesa). Esta foi a úlma orogênese que afetou a Amazônia, pois, a partir de ± 1.900 m.a. todos os processos evolutivos da Plataforma foram de caráter cratogênico. No Proterozóico Médio incidiram as reativações Uatumã (± 1.800 m.a.) e Parguazense (± 1.500 m.a.), manifestadas por intenso magmatismo ácido, sendo o limite entre o Proterozóico Médio e Superior estabelecido pelo Episódio Tectono-Termal K'Mudku (± 1.200 m.a.), também conhecido como Madeirense (Rondônia), Nickerie (Suriname), Jari-Falsino (Amapá) e Orinoquense (Venezuela). No início do Protorezóico Superior outra reativação conduziu a plutonismo ácido e intenso magmatismo básico-alcalino, caracterizando o Episódio Rondoniense (± 1.000 m.a.), com os granitos Rondonienses e rochas básicas tipo Pacaás-Novos (Rondônia), Lábrea e rio Pardo (Amazonas) e Cachoeira Seca (Pará). Ainda no final do Proterozóico, ocorreu outra reativação ainda pouco conhecida, a qual pode ser associada com o Brasiliano, representando a sedimentação Prosperança e as Alcalinas Guariba (± 600 m.a.).

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