Infecção respiratória na população indígena da região Amazônica, Brasil
SILVA, Larissa Mendes daNOVAIS Júnior, Linério Ribeiro dePEREIRA, Pablo Michel BarcelosRAMOS, Suelen de SouzaMENEGUZZO, VicenteDAROS, Guilherme CabreiraSILVA, Marina Goulart daPORTELA, Williams FerreiraGOLDIM, Mariana Pereira de SouzaISER, Betine Pinto MoehleckeBITENCOURT, Rafael Mariano de
RESUMO As infecções respiratórias são consideradas a principal causa de mortalidade entre as doenças transmissíveis nos indígenas, tornando-se um problema de saúde pública. Este estudo de uma série de casos foi realizado em comunidades indígenas do município de Amaturá (Amazonas, Brasil). Foram analisados 2.728 prontuários de infecções respiratórias do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Solimões. Destes, 52.7% eram do sexo feminino e 76.6% tinham menos de 18 anos. A nasofaringite aguda foi o diagnóstico mais frequente (91.5% dos casos). A faixa etária de 1 a 4 anos apresentou maior frequência de algumas condições. As mulheres apresentaram razão de verossimilhança (RV) significativa com amigdalite aguda não especificada e os homens com laringofaringite aguda. A análise específica da aldeia revelou RV para bronquite aguda por rinovírus em Bom Pastor e bronquite aguda por vírus sincicial respiratório e estreptococo em Nova Itália. Este estudo destaca a alta frequência de infecções respiratórias superiores no maior distrito indígena da Amazônia brasileira, afetando especialmente crianças de 1 a 4 anos. Embora muitas vezes autolimitadas, essas infecções podem levar a problemas respiratórios inferiores mais graves. As descobertas enfatizam a necessidade de medidas preventivas eficazes, melhor acesso à saúde e políticas ambientais para reduzir os impactos da poluição na saúde. O estudo também pede mais pesquisas com melhor representação da diversidade indígena e enfatiza a importância de fortalecer os sistemas de vigilância em saúde e a participação social no planejamento da saúde.
Texto completo