Biomarcadores de exposição e efeito indicam alterações de saúde em Aequidens pallidus (Cichliformes, Cichlidae) expostos in situ em igarapés amazônicos urbanos degradados
SILVA BORGES, Lídia Aguiar daBORGES, Ândrocles OliveiraANJOS, Hélio Daniel Beltrão dosSANTOS SOARES, Daniel VitorDOMINGOS MOREIRA, Fabíola Xochilt Valdez
RESUMO Na Amazônia, a ocupação rápida e desordenada de grandes cidades resultou na severa degradação de pequenos rios e igarapés, levando à redução da abundância de espécies nativas de peixes. Este estudo avaliou, por meio de um experimento in situ, os efeitos da água de três igarapés urbanos diferentemente degradados sobre a saúde do ciclídeo amplamente distribuído Aequidens pallidus. Os peixes foram expostos por sete dias à água de um igarapé com baixos sinais de impacto antrópico (A) e dois igarapés moderadamente degradados (B e C). Após a exposição, foram analisados indicadores de bem-estar e os biomarcadores genotóxicos, bioquímico e histopatológicos [fator de condição (K), índice hepatossomático (HI), anormalidades nucleares eritrocitárias (ENA), micronúcleos (MN), concentração de metalotioneínas (MT), e alterações morfológicas nas brânquias e órgão olfatório]. Houve redução significativa no K em peixes expostos a B e C, e no HI em peixes de C. MN foram mais elevados em peixes de B em comparação a A. Núcleos reniformes aumentaram significativamente em peixes de C. A concentração de MT aumentou em peixes de C comparados a A. Nas brânquias, observou-se aneurismas, descolamento epitelial e fusão lamelar. O órgão olfatório apresentou formação de vacúolos, perda de cílios e necrose. Os índices de lesão das brânquias e órgão olfatório foram significativamente maiores em peixes de B e C em comparação a A. Os resultados sugerem uma alta sensibilidade da espécie a ambientes moderadamente degradados e reforçam a necessidade de medidas para melhorar a qualidade ambiental de igarapés urbanos.
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