VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 338-346

Primeiro estudo fitoquímico e biológico do extrato etanólico de folhas de Capirona decorticans (Rubiaceae)

Barbosa, Fernando GomesSugui, Marina MarikoSinhorin, Valéria Dornelles GindriBicudo, Rogério de CamposMoura, Fernando Rafael deSinhorin, Adilson Paulo

Capirona decorticans (Rubiaceae) é popularmente usada para tratar verrugas, feridas, micoses e sarna, e como um componente do chá de Ayahuasca. Apesar do uso popular, são limitadas as pesquisas fitoquímicas e farmacológicas sobre a espécie. Portanto, este estudo quantificou compostos fenólicos no extrato etanólico (EE) e na fração hidrometanólica (FM) (406 e 293 mgEAG g-1, respectivamente) de folhas de C. decorticans. Identificamos flavonoides por LC-MS / MS-MMR-ESI (apigenina, rutina, luteolina, miricetina, quercetina, quercetina-3--D-glicosídeo, quercetrina), e avaliamos o estresse oxidativo e o efeito mutagênico/antimutagênico de EE e FM em um experimento in vivo utilizando camundongos Swiss e ciclofosfamida (CP) como um indutor de danos no DNA e estresse oxidativo. Os camundongos foram pré-tratados por 15 dias consecutivos com EE ou FM (250 mg kg-1) e injetados intraperitonealmente com CP (25 mg kg-1). Proteínas carboniladas, ácido ascórbico, catalase e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico foram dosadas em tecidos hepáticos e renais. O efeito mutagênico/antimutagênico foi avaliado através do Teste de Micronúcleo. Houve carbonilação protéica no fígado de animais expostos à CP, que foi reduzida pela FM. Não houve efeito significativo sobre outros marcadores de estresse oxidativo. Os grupos tratados com os extratos apresentaram uma redução percentual significativa (EE = 96% e FM = 71%) na frequência de eritrócitos policromáticos micronucleados induzidos pela PC. O EE também apresentou mutagenicidade quando utilizado isoladamente. O EE e FM das folhas de C. decorticans apresentaram potencial antioxidante equivalente ao observado em outras espécies, não causaram estresse oxidativo, nem toxicidade, e tiveram efeito protetor e antimutagênico, embora a EE tenha apresentado mutagenicidade.(AU)

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